Segue como uma ordem lógica que dizer Adeus ao templo-edifício é também dizer Adeus ao culto realizado dentro dele.
Por que vou dizer Adeus também ao culto protestante comum? Porque o culto protestante é realizado no formato em que a organização dentro do edifício-templo determina. Bancos enfileirados, púlpito, caixa do dízimo, instrumentos musicais, mesa e outras coisas; são as ferramentas usadas para realização de um típico culto protestante (e também católico). Ele ainda tem hora marcada para começar, tempo de duração estipulado, que muitas vezes extrapola o bom-senso.
No culto protestante moderno o músico e o pregador são os atores principais que dividem o palco fazendo o show da fé. Sim, é uma espécie de culto-show. Impressionante, não? Na semana santa eu fui a um culto-show. O famoso sermão da montanha, organizado pela igreja do evangelho quadrangular. Fiquei impressionado quando fui informado pelo apresentador que o que estava acontecendo ali era um culto. Embora, não seja sempre assim, existem semelhanças entre aquele show e o culto das igrejas “modernas”. Luzes, câmeras (isso mesmo, câmeras. Os cultos modernos são transmitidos pela televisão ou pela Internet) e muita ação. Pula pra lá, pula pra cá, numa overdose de emoção que me leva a pensar se estão mesmo louvando a algum Deus.
O culto perdeu sua dimensão natural de ser familiar. Uma parte da culpa não seria por acaso do templo-edifício? A transição do local de reunião de uma Casa para um templo-edifício fez do culto uma reunião de pessoas em torno de uma pessoa: o pregador. Sem ser possível ouvir a todos e ser ouvido por todos, como em uma reunião caseira, o culto realizado dentro do templo-edifício é individualista. É vertical, é a tentativa de se chegar mais próximo de Deus. O espectador inerte está no banco para ouvir “diretamente” o que Deus lá de cima tem a dizê-lo através de seus representantes: O músico e o pregador.
Afirmei no primeiro post neste blog que a igreja é uma família. O culto, portanto, conforme o novo testamento é uma reunião familiar, onde irmãos irmãs se encontram para comungar, partilhar, orar, exortar mutuamente e aprender uns com os outros. Um culto eclesiástico, a exemplo da igreja primitiva, é um momento de ouvir e ser ouvido por todos, de comer junto, compartilhar necessidades, tudo sob a direção do Espírito que age através da comunidade em comunhão, e não através de uma única pessoa, alguém com maior autoridade espiritual ou coisa semelhante. Em um culto, todos devem participar, porque todos fazem parte do corpo de Cristo.
(Talvez) continua...
ADEUS CULTO CATÓLICO/PROTESTANTE
Postado por André Amaral às 00:40 6 comentários
Marcadores: Culto
ADEUS IGREJA, POR CONSTRUIR UM TEMPLO
Dizer adeus à igreja por ela construir um edifício e chamá-lo, equivocadamente, de “templo”, “a casa de Deus”, “local de oração”, “casa de bênção” e etc, impressiona alguns cristãos. Afirmam que o edifício-templo-religioso é bíblico, mas quando argumentamos dizendo que na igreja primitiva não existia nenhum templo e que as reuniões dos caminhantes eram realizadas em casas por ser o cristianismo uma proposta para a família, e que além do mais o templo judaico fazia parte da antiga aliança que serviu como sombra para as coisas que haveriam de acontecer e que foram realizadas em Cristo Jesus, portanto, tornando-se desnecessária a construção de um edifício-templo-religioso, (assim como fazem os judeus e os pagãos) porque o templo foi ressuscitado no terceiro dia e habita em nós e que só por volta do quarto século
da história, Constantino constrói um edifício-templo-religioso baseado na filosofia pagã com obsessão a adoração ao deus sol. Alguns, diante de tais argumentos, contra argumentam com duas falácias que sou obrigado a ouvir sempre que entro em um debate sobre o assunto:
Primeiro: dizem que a igreja primitiva não construiu um templo por causa da perseguição. Segundo: dizem que a igreja primitiva não tinha poder aquisitivo para isso.
Duas afirmações “sem pé nem cabeça”, como é dito no popular. Quem diz que os cristãos não possuíam poder aquisitivo estão enganados, porque na igreja primitiva existia irmãos na posição de ricos. Esta afirmação é tão falaciosa quanto dizer que 1+1 não é igual a 2. Tal argumento carece de informações históricas, bíblicas e teológicas.
Vamos pensar na atualidade. Conheça o município de Angueretá, no interior de Minas Gerais. Lá existe dois templos evangélicos e um católico. Angueretá é pobre. Com a ajuda de um amigo estudante de serviço social, constatamos que Angueretá não consta no mapa de exclusão social do Brasil. Concluímos pois, que esta cidade foi excluída do mapa que demonstra a exclusão social no nosso país. Ou seja, é excluído dos excluídos. Mas como dizem, qualquer cidade brasileira que se preze tem uma agência do Banco Bradesco, um cemitério e uma Igreja Assembléia de Deus. Angueretá é exceção. Lá não existe uma agência do banco Bradesco (e de nenhum outro), mas existe uma Assembléia de Deus. Que foi fundada pela avó de minha noiva e que tem como presbítero o seu marido. Angueretá não tem asfalto e as ruas estão cheias de buracos que dificultam a passagem tranqüila da carroça.
A igreja Assembléia de Deus em Angueretá é constituída por membros pobres. São poucos. Mas lá existe um edifício-templo-religioso. A idéia de que sem poder aquisitivo (dinheiro) não é possível construir um templo é falsa. Os irmãos em Angueretá são desprovidos de poder aquisitivo, mas nem por isso deixaram de construir um templo e, nos fundos, uma casa para o pastor.
Primeiro século da história... O livro de atos, escrito por Lucas, conta histórias sobre os apóstolos. Em parte alguma de seu relato, mostra-os com medo de obedecer ao mandamento divino, que nunca foi o de construir um edifício. Eles deram suas vidas pelo cristianismo, foram capazes de percorrer de cidade em cidade pregando o evangelho do reino, sofreram açoites, naufrágios, prisões e etc, mas nunca construíram um edifício-templo-religioso. Pelo contrário, sempre estavam alertando para que abandonassem a maneira pagã de que eles viviam. E por mera coincidência o apostolo Paulo declara que “NÓS somos o templo de Deus.”? E quando Estêvam em seu discurso diz - “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas”. E nosso mestre Jesus declara que não sobrará pedra sobre pedra, referindo-se ao templo em Jerusalém, mas que ele seria restaurado no terceiro dia. Os sacerdotes não entenderam o que o Carpinteiro de Nazaré quis dizer, e replicaram perguntando - como você vai construir o templo que construímos com 46 anos em apenas três dias?
Adeus “templo” eclesiástico, não precisamos de você porque nós somos o templo do Espírito e ele habita em nós. O cristianismo sobreviveu por mais ou menos 300 anos sem o edifício-templo-religioso, foi só através da intervenção do imperador de Roma, Constantino, que o templo que Jesus derrubou foi construído novamente.
“Enfim, o edifício da igreja nos ensinou de uma maneira errada o significado da igreja e sua finalidade. O edifício é uma negação arquitetural do sacerdócio de todos os crentes. É uma contradição da verdadeira natureza da ekklesia — a qual é uma comunidade contracultural. O edifício impede nosso entendimento e experiência de que a Igreja é o Corpo funcional de Cristo que vive e respira sob sua direta direção sem intermediários”. (Frank Viola)
**Nas fotos. 1ºConstantimo (o pai do edifício-templo-religioso | 2ºIgreja berço da reforma protestante.
Postado por André Amaral às 08:55 9 comentários
Marcadores: Templos
Reflexões...
Ao estar sentado em meu vaso sanitário, tive uma lembrança acerca de uma passagem bíblica em um livro não muito citado nos púlpitos evangélicos, talvez, por carregar uma mensagem um tanto quanto radical que bate em alguns dos interesses da classe.
Trago esse post sem muitas intenções, apenas uma provocativa. Não sei quantos puderam de alguma maneira presenciar tal fato. Eu, o fiz.
Tiago 2
1
MEUS irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.
2
Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje,
3
E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado,
4
Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
5
Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
6
Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais?
7
Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?
Almeida Corrigida e Fiel (1994)
Amados, peço que releiam com calma as palavras do apóstolo Tiago e tragam para a realidade de sua igreja. Quantos de nós já observamos tais fatos, alvos da denúncia por parte do servo de Deus?
Nunca questionaram os politicos fraudulentos sentarem nos altares em época de campanha? Nunca perceberam a honra dignas de reis dada à artistas famosos do meio gospel?
E o tratamento especial dos maiores dizimistas da congregação, ou então dos mega-empresários a ela pertencentes?
Por que a juntas especiais ou conselhos são formados apenas por homens de influência ($$$)?
Me pergunto por que a literalidade da Bíblia é seguida apenas quando convém...
Reflexões de vaso-sanitário, isso não acontece. Que bobagem menino Lalo, o único interesse é o "reino de deu$".
Postado por Lalo às 19:58 2 comentários
Adeus Igreja
Sobre as acusações mais diversas, entre elas, a mais comum, de sermos hereges, resolvemos criar este blog dizendo que auto nos excluímos da igreja evangélica Brasileira por não mais compactuar com suas várias formas e idéias.
Essa é uma afronta direta a um sistema institucional, que além de estar corrompido há muito tempo, sofre de uma doença chamada Denominacionalismo. É uma epidemia que se alastra pelo globo terrestre disfarçada de graça enquanto é na verdade desgraça.
Ao nosso Adeus à Igreja incorporamos nosso desejo pela Eclésia. Longe de estarmos com a verdade e perto de sermos passiveis de erros, caminhamos em passos lentos a total destruição dos templos feitos por mãos humanas, que representam mais que belas construções: representam o equívoco eclesiástico em se fundamentar em uma prática judaico/pagã que transformou o cristianismo em mais uma religião gentílica aliada ao estado Romano.
A essa aculturação do cristianismo, promovida por Constantino, dizemos nosso Adeus! Cremos na Eclésia onde judeus e gentios, bárbaros e gregos, homens e mulheres, escravos e livres sentam juntos para comer do pão e beber do vinho, perseverando na oração e no ensino do mestre Jesus.
Igreja é uma família e não uma instituição. Por isso Adeus mais uma vez Igreja Evangélica Brasileira que se tornou um sinal irreverente de contradição. Encheu-se de bandidagem e tornou-se “amigo” do Estado por sustentá-lo ideologicamente por meios nada éticos e compatíveis ao Reino de Deus.
Adeus Igreja por adotar o paganismo.
Adeus Igreja por servir a Mamom.
Adeus igreja por se vincular ao estado.
Adeus igreja por estabelecer uma hierarquia inaceitável.
Adeus igreja por construir um templo.
Adeus igreja por matar herege.
Adeus igreja por negar sua natureza e arrancar seus fundamentos.
Seja bem-vindo ao nosso mundo de idéias compartilhada nesse blog.
Postado por André Amaral às 18:17 3 comentários
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